Gostaria de não precisar escrever este artigo, mas, infelizmente, a realidade brasileira impõe essa necessidade. Afinal, quem nunca ouviu falar sobre software pirata, software crackeado ou algo assim? É muito comum vermos cópias de Windows, Photoshop ou outros tantos programas serem usadas indiscriminadamente sem que o devido preço de licença seja pago aos desenvolvedores daquela tecnologia. No caso de software para foto lembrança, o problema não é diferente. Diante disso, escreverei um pouco sobre esse tema, ajudando você a identificar se o software que está considerando adquirir é seguramente original ou não. Como regra geral, vale o famoso ditado: quando a esmola é demais, o santo desconfia.
Fonte: Zillion
Segundo definição do Guia do Hardware, “um crack é um pequeno programa usado para quebrar um sistema de segurança qualquer. O uso mais comum é para transformar programas shareware [i.e. “pago”] ou uma versão limitada no programa completo, removendo ou enganando o sistema de segurança que limita o uso ou verifica o número serial”.
Como software é algo virtual e não físico, tendemos a pensar que seu valor pode ser ignorado, que não há custo para desenvolvê-lo ou distribuí-lo. Engano. Desenvolvimento de software é uma atividade complexa e, como qualquer fabricante de qualquer produto, o desenvolvedor quer e deve ser remunerado quando coloca um preço em seu trabalho. Logo, piratear um sistema é, sim, ilegal e, portanto, crime segundo as leis brasileiras.
Faço referência a uma citação do Minuto Engenharia que responde bem a essa pergunta: “Um crack representa um risco não só para o computador mas também para os dados pessoais do usuário. Por quê? Quando crackeamos um software, estamos destruindo um arquivo original e colocando no lugar dele um arquivo criado por terceiros, que vai modificar o desempenho do software e do sistema operacional em uso. O crack se tornou uma armadilha perfeita. O usuário, de livre e espontânea vontade, injeta o crack dentro de uma pasta do sistema (geralmente Arquivos de Programas) e muitas vezes ignora o aviso do antivírus, tornando-se uma presa fácil para hackers que pretendem roubar dados do usuário.”
O desenvolvedor pode se utilizar de diferentes canais, como sites de empresas parceiras por exemplo, para ajudar na divulgação e distribuição do seu software. Mesmo fazendo isso, é comum que, na hora da licença ser efetivamente adquirida, o cliente seja redirecionado ao site oficial deste desenvolvedor.
No mercado de foto lembrança brasileiro, há muitas ofertas, por exemplo, no Mercado Livre. Vale ressaltar que este canal é especializado em compra e venda de produtos físicos. Sendo assim, desconfie quando se deparar com venda de licença de software para cabine fotográfica ou totens de fotos. Na grande maioria dos casos, o que se oferece é uma versão crackeada de um sistema. Caso fosse o sistema original, você poderia adquiri-lo no próprio site de quem o desenvolveu.
Mas como identifico um verdadeiro representante? Em alguns casos – nos tempos de hoje cada vez mais raros – empresas de softwares se utilizam de representantes para auxiliarem na distribuição de seus produtos. Caso chegue a um site não oficial e se depare com uma oferta, veja, então, se está claro quem é o desenvolvedor, ou seja, de que marca é o sistema. Se esse dado não estiver disponível ou não for revelado, aí tem…
Se conseguir saber quem criou o programa, você pode conferir o site oficial e comparar os preços oferecidos. Caso o valor oferecido pelo “representante” seja menor que aquele oferecido pelo desenvolvedor… Já sabe, né?
Conforme já falamos em outros artigos, não deixe de testar o sistema antes de comprá-lo. Essa é uma das grandes vantagens quando o assunto é software. Todo desenvolvedor que se preze deve disponibilizar uma versão de experimento. Se solicitar o teste e seu pedido for negado, desconfie que o vendedor não tem ferramentas que o permitam liberar o sistema para você e bloqueá-lo novamente após alguns dias. Uma vez que ele tenha feito a instalação, por se tratar de um software pirata, ele rodaria indefinidamente em seu computador. Sendo assim, ele coloca geralmente o preço bem abaixo do valor oficial para que você não cogite passar por esta etapa tão crucial. Fique atento!
No caso do software Fottorama para foto cabine, pode testá-lo acessando sua página oficial.
Em anúncios de softwares piratas, é comum o vendedor tentar tranquilizar o cliente dizendo que dá todo o suporte necessário. O que de fato ocorre, na verdade, é que ele ensina brevemente como utilizar as principais funcionalidades do sistema e sua ajuda termina aí. Suporte técnico para software, entretanto, vai além de como utilizá-lo. Softwares podem gerar erros desconhecidos (conhecidos por bugs), que são corrigidos por quem o construiu somente, quem tem seu código-fonte. Os bugs não são incomuns e podem fazer com que sua versão pare de funcionar. Se não tiver apoio de quem pode resolver problemas assim para você, sua compra pode se transformar em dinheiro jogado no lixo.
Outra questão essencial quando o assunto é software são as atualizações. Engana-se quem pensa que a versão atual de um sistema será a ideal para sempre. Softwares bons, de empresas respeitadas, são constantemente desenvolvidos e aprimorados. Novas funcionalidades são inseridas, erros identificados são corrigidos, o desempenho é otimizado para que fique mais leve e rode mais rapidamente. Software pirata é oferecido em determinada versão e jamais notificações de atualizações chegarão para você. Seu produto ficará parado no tempo e perderá uma das grandes qualidades de ser virtual: a capacidade de se manter constantemente novinho em folha.
Um dos grandes motivos que levam algumas pessoas à ilegalidade de adquirir um software pirata é a desvinculação total em relação à empresa desenvolvedora. Em outras palavras, essas pessoas querem pagar uma única vez pelo programa e só. Nada de assinaturas.
Esquecem, porém, que a assinatura veio para beneficiar ambos os lados: do fornecedor e do cliente. Este modelo, tendência em praticamente todas as empresas modernas de software, busca atingir aqueles clientes dispostos a permanecerem fiéis por um longo tempo. Dessa forma, podem cobrar pouco mensal ou anualmente e o verdadeiro ganho estará no longo prazo. Ao mesmo tempo que prezam por essa bom relacionamento com seus clientes, permitem também que o cancelamento da assinatura seja feito a qualquer instante, evitando que muito dinheiro seja gasto na aquisição de uma licença única. Imagine que pagou o preço cheio de uma licença única e que, após 3 meses, quando realmente conheceu o software, ficou insatisfeito com seu desempenho. Tarde demais. O dinheiro já foi gasto. Caso esteja em uma assinatura, porém, basta cancelar e buscar outro fornecedor que tenha uma oferta melhor para sua necessidade.
Frequentemente recebemos clientes que tiveram o funcionamento de seus sistemas interrompidos devido a uma quebra em sua versão. Um caso recente foi a mudança na forma com o Instagram libera suas fotos para softwares que fazem impressão ou projeção dessas imagens. Nosso time de desenvolvimento precisou atuar rapidamente para que a integração com o Instagram voltassem a funcionar. Isso exigiu uma atualização de emergência, que foi disponibilizada rapidamente a todos os assinantes do software Fottorama. Tivessem eles comprado uma versão estática, precisariam pagar separadamente por essa atualização.
Este artigo tentou dar uma ideia do que é um software pirata, de como identificá-lo em anúncios de falsos representantes e de quais seriam os benefícios de uma contratação direta com a empresa desenvolvedora.
Ainda que estejamos longe de vencer essa desonestidade quando o assunto é software, sabemos que é nosso papel educar o mercado e nossos potenciais clientes a respeito de tudo o que envolva sua decisão de compra.
Caso tenha tido alguma experiência relacionada a esse tema, adoraríamos saber de sua história. Se chegou a receber oferta do software Fottorama por algum meio diferente do site www.fottorama.com, avise-nos. Você pode estar sendo vítima de um golpe.